Engenharia social é um termo comumente utilizado em meios digitais e em estudos sobre segurança da informação para sistemas, porém, ela tem sido utilizado a cada dia com mais frequência sem que as pessoas sequer notem.
No livro “A arte de enganar”, Kevin D. Mitnick define que a Engenharia Social é a arte teatral que faz com que as pessoas façam coisas que normalmente não fariam para um estranho. E nesse contexto iremos abordar algumas situações comuns em que a engenharia social fragiliza a segurança do condomínio.
Falsos prestadores de serviço:
Foi-se o tempo em que bandidos tinham cara de bandido e mocinhos tinham cara de mocinhos. O crime evoluiu, se tornou mais criativo e com isso as ações de malfeitores tem tido cada vez mais êxito. Precisamos estar atentos a maneiras mais comuns de intrusão que são elas:
Falsos funcionários de empresas de internet/telefonia, corretores de imóveis, entregadores, serviços de manutenção, etc., muitas vezes até uniformizados, com crachá e carro identificado, pedem acesso ao prédio com desculpas de que estão prestando serviços, têm um visitante para um apartamento em locação, entrega de uma encomenda, e várias outras histórias para tentar cometer crimes.
Crianças e adolescentes:
Até mesmo crianças e adolescentes estão sendo participantes de crimes, quando não são as próprias que o executam, depois que entram no condomínio facilitam o acesso para outras pessoas.
“Grávidas” ou pessoas passando mal:
Pessoas que chegam nas portarias dizendo estar passando mal, ou então que vieram socorrer algum familiar que mora no condomínio, usam da boa vontade e preocupação dos moradores ou funcionários, para adentrar ao condomínio.
Falsos oficiais de justiça ou policiais:
Tentam se utilizar de prerrogativas, distintivos ou falsos mandatos para persuadir sobre funcionários da portaria a fim de ter seu acesso concedido.
Pessoas “bem vestidas”:
Alguns bandidos acompanham de longe o dia a dia do condomínio, e procuram se vestir a agir de acordo com o padrão social da região do condomínio, e com isso aumentam-se as chances de entrada ao condomínio.
Autorizados por telefone:
Pessoas que ligam para a portaria do condomínio, se passando por moradores, dizendo que um familiar, amigo ou prestador de serviço chegará ao condomínio e deverá ter seu acesso concedido.
Agora, o que pode ser feito para diminuir estes riscos?
Os criminosos buscam cometer delitos que sejam fáceis de se executar, que não levantem suspeita e que não deixem rastros, diante disso, o que o condomínio precisa fazer é se tornar um alvo complexo, trabalhoso e “chato” para alguém mal intencionado.
Para isso são necessários alguns investimentos em recursos físicos e em procedimentos.
Os recursos físicos vão desde os muros dos condomínios até o sistema de gestão do controle de acesso e da portaria. Algo que deve ser bem estudado para que os investimentos sejam feitos de forma inteligente.
E a parte de procedimentos, item principal da segurança, não tem custo e faz muita diferença na percepção que os criminosos têm para cometer seus delitos.
A seguir, listamos alguns métodos práticos para que seu condomínio fique menos vulnerável. Lembrando que a maior parte deles devem ser cumpridos pelos próprios moradores também:
No portão de veículos: Não permitir que outros veículos entrem “de carona” com seu acesso. Mesmo que pareça o veículo de algum vizinho, ele pode ter sido clonado na tentativa de acesso ao condomínio. Caso seu condomínio não possua clausura no portão de veículos, a sugestão é que seu próprio veículo seja usado como uma barreira. Ficando próximo à linha do portão até seu fechamento completo, não há como outro veículo acessar o condomínio. O acompanhamento do fechamento deve ser feito também na saída, para evitar que alguém aproveite aqueles poucos segundos em que o portão fica aberto e entre.
Nas portas de pedestre: Muitas vezes os criminosos se utilizam dos “personagens” listados anteriormente para tentar acesso junto a um morador ou funcionário do condomínio. Por mais embaraçoso que pareça você impedir que outra pessoa entre junto à você, saiba que estará evitando um grande risco à você e a todas as famílias que moram no condomínio. Sempre que possível, o condomínio deve ter clausuras para os acessos de pedestre, desta forma uma porta só é aberta após o fechamento da outra, e o impedimento físico de entrar mais de uma pessoa por vez, acaba desestimulando um acesso de carona.
Dentro do condomínio e moradia: Além do cuidado óbvio de manter as portas dos apartamentos ou casas devidamente trancados, deve-se haver um cuidado muito grande com a contratação de funcionários ou prestadores de serviço para sua moradia. Eles terão acesso à informações sensíveis e poderão visualizar os bens disponíveis. Para contratação de funcionários, é imprescindível que sejam buscadas referências da pessoa, inclusive para cargos de confiança como vigilantes/seguranças, por exemplo, pode ser solicitada a negativa de antecedentes criminais, e para prestadores de serviço, o simples fato de solicitar um documento para anotação de nome completo e CPF/RG, já mostra que há preocupação com a segurança, e que o condomínio ou moradia é um alvo complicado para ações criminosas.
Fora do condomínio: principalmente em locais públicos, deve-se tomar o cuidado em não comentar sobre os detalhes de funcionamento da segurança do seu condomínio, e também sobre outras pessoas que moram nele. Não é seguro comentar que pessoas famosas, políticos, autoridades, empresários, etc., são seus vizinho. Isto é um grande chamariz para criminosos.
Acompanhamento de prestadores de serviço e visitantes: além da identificação e registro dos prestadores de serviço e visitantes, é altamente recomendável que eles sejam acompanhados pelo morador ou por algum funcionário do condomínio, tanto na entrada, quanto na saída. Desta forma, evita-se que pessoas alheias ao dia-a-dia do condomínio fiquem circulando livremente, e possam visualizar a rotina e os bens disponíveis que o motivem e criem oportunidade para um furto.
Recebimento de “delivery”: Todo e qualquer tipo de entrega de pequeno porte (refeição, ítens de farmácia, compras de e-commerce, etc.) deve ser recebida no portão do condomínio, sem que o entregador entre. Preferencialmente através de um “passa-volumes”. Encomendas maiores, devem ser acompanhadas pelo morador ou funcionários. Desta forma evita-se a circulação de pessoas desconhecidas.
Informações atualizadas junto à administração do condomínio: manter atualizadas as informações de sua unidade junto a administração e portaria é imprescindível para que os procedimentos possam ser seguidos e os riscos diminuídos. Toda movimentação de entrada e saída de proprietários, locatários e até mesmo de funcionários, deve ser comunicada para que sejam tomadas as ações necessárias, como bloqueio dos acessos (tag’s, controles, biometrias, adesivos veiculares), atualização cadastral, etc.
Estar atento à estes cuidados, diminui muito as chances de ter seu condomínio violado, torna a convivência mais agradável e a ações individuais começam a criar um consciente coletivo de segurança.
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