Condomínios devem melhorar acessibilidade para pessoas com autismo

Descubra o que o seu condomínio pode fazer para melhorar a acessibilidade para pessoas com autismo.

Segundo dados mais recentes da OMS, estima-se que no Brasil 2 milhões de pessoas tenham autismo. A acessibilidade e inclusão dessas pessoas, incluindo em edifícios públicos e privados, é garantida pela Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 

Por falta de informação e conscientização, muitas famílias e até mesmo os síndicos não sabem como lidar com um novo morador que tenha o diagnóstico. Também o desconhecimento de estereotipias relacionadas ao espectro é um dos principais motivos de intolerância na vida condominial. Mas afinal, você sabe o que é autismo? 

Neste artigo você vai entender o que é o Transtorno do Espectro do Autismo, saber quais são os sinais em crianças e o que o seu condomínio pode fazer para garantir o lazer, a dignidade e a liberdade de conviver com outras pessoas. 

Vamos entender o que é o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

O TEA é uma das alterações do neurodesenvolvimento mais comuns. 

Os sinais para o transtorno do espectro do autismo ficam mais nítidos após os 2 anos de idade.

Ele recebe o nome de espectro, porque envolve diversas intensidades relacionadas com as dificuldades de comunicação e relacionamento social. 

Seu diagnóstico é feito por uma equipe composta de psicólogos/neuropsicólogos, neuropediatras e psiquiatras infantis.

Não existe tratamento curativo, mas as terapias com a equipe multiprofissional são fundamentais para melhorar as habilidades que estão deficientes nesses pacientes.

Os principais sinais em crianças são: 

Contato Visual 

Ao interagir, a maioria das pessoas com autismo não mantêm contato contato visual, ou pelo menos não olham nos olhos por mais de 2 segundos.

Alinhar objetos

É muito comum entre a maioria das crianças com Transtorno do Espectro do Autismo classificar os objetos por cor, tamanho, ou categoria e brincar de colocá-los em fila. 

Atender pelo nome 

Muitos autistas costumam não atender pelo nome quando são chamados. Por isso é comum que inicialmente os pais acabem confundindo o comportamento com surdez. 

Isolamento

Não se interessar por outras crianças ou isolar-se, ainda que estejam num ambiente com outras pessoas, como no parquinho do condomínio, por exemplo, é comum entre as pessoas que estão dentro do espectro do autismo.

Rotinas

A rotina traz segurança e previsibilidade para todos nós, mas no autismo isso é potencializado de maneira que a criança queira fazer sempre as mesmas coisas, nos mesmos horários ou ainda, ter os objetos nas mesmas ordens e posições. Para essas crianças, sair da rotina pode fazer com que elas entrem em crise. 

Brincadeiras

É comum a criança com TEA se interessar por apenas uma parte do brinquedo ou preferir outros objetos como barbantes e caixas de papelão. Elas brincam repetitivamente, girando as rodas do carrinho, alinhando os objetos ou guardando e retirando os brinquedos de uma caixa.

Movimentos repetitivos

Chamados de “flapping”, os movimentos repetitivos com as mãos ou o tronco são muito comuns. Os autistas não devem ser impedidos ou chamados à atenção quando estiverem realizando esses movimentos porque eles são reguladores e relaxantes para eles. 

Fala

Não se comunicar através da fala, mas fazer gestos para se expressar é outra característica presente em muitos autistas, o que inclui apontar o dedo quando querem mostrar ou pegar algo. 

Ecolalia

Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função é a chamada ecolalia. São frases prontas que ouviram em filmes, músicas ou que escutaram alguém dizer muitas vezes exatamente da mesma forma. 

Interesses restritos, hiperfoco

Alguns autistas tornam-se praticamente especialistas em assuntos específicos, quase como uma obsessão. Por muitos, essa característica é considerada uma vantagem em algumas áreas profissionais, a depender do assunto de interesse. As crianças podem se interessar por personagens infantis, por exemplo. 

Melhorar a acessibilidade para pessoas com autismo é uma importante responsabilidade dos condomínios.

Aqui estão algumas coisas que o seu condomínio pode fazer para melhorar a acessibilidade para pessoas com autismo:

Comunicação para inclusão: Faça palestras e reuniões para conscientizações no condomínio.

Comunicação clara: Forneça informações claras e concisas, incluindo informações sobre as regras e regulamentos do condomínio, bem como sobre eventos e atividades programadas.

Previsibilidade: Crie uma rotina previsível e consistente, incluindo horários regulares para eventos e atividades. Isso ajudará as pessoas com autismo a se prepararem e se sentirem mais confortáveis.

Áreas calmas: Forneça áreas tranquilas para que as pessoas com autismo possam se retirar e se recuperar se precisarem.

Treinamento para funcionários: Forneça treinamento aos funcionários do condomínio sobre autismo e como melhor atender às necessidades dessas pessoas.

As pessoas têm diferentes maneiras de pensar, sentir e processar informações, isso é natural da diversidade humana. Por isso, é importante que os moradores estejam dispostos a aprender e se adaptar para garantir que as necessidades de todos sejam atendidas.

Quando valorizamos a neurodiversidade, estamos promovendo um ambiente mais justo, inclusivo e acolhedor para todos os moradores.

Conte com a BRCondos. Juntos, podemos criar um condomínio onde todos se sintam bem-vindos e respeitados!