Noto que a metade dos problemas de convivência no condomínio são por falha na comunicação e a outra metade por falta de comunicação.
Em uma busca rápida na internet você vai encontrar uma vasta literatura abordando o tema. Mas, então: por que ainda existe essa dificuldade? Por que as pessoas não se comunicam de forma eficaz? Muitas vezes, percebemos que a dificuldade aparece porque algumas pessoas realmente não percebem como uma comunicação clara pode ajudar.
Vamos as dicas:
Comunicação verbal: dê total atenção para quem está conversando com você. Tenha empatia e procure ouvir todo o caso antes de responder. Não tenha preconceitos tanto com as pessoas, quanto com os assuntos e procure ser objetivo, mas não trate superficialmente o assunto abordado. Mantenha um tom de voz adequado e sereno, olhe nos olhos de quem está conversando com você. Todo problema é um grande problema para quem está relatando para você, então acolha-o adequadamente. Se o assunto fugir de seu conhecimento, explique que buscará auxilio especializado e depois retorne e lembre-se do mais importante: o “não” explicado é melhor do que o “sim” não cumprido.
Comunicação escrita: cuidado extremo com a gramática e, principalmente, com a pontuação. Peça para alguém que não esteja diretamente envolvido no assunto ler o texto antes de publicá-lo e converse sobre o entendimento percebido. Em quadros de aviso, não deixe um comunicado por mais de 15 dias, nem deixe comunicados/avisos que já passaram do prazo. Isso desestimula a leitura do quadro. Procure criar comunicados ilustrados e coloridos para chamar a atenção e não escreva textos tão longos. LETRAS MAIÚSCULAS normalmente sugerem uma comunicação agressiva, portanto utilize-as com cautela. Utilize o sublinhado ou negrito em poucas partes do texto que se quer chamar a atenção. Procure utilizar todos os meios disponíveis (quadros de aviso, elevadores, internet, redes sociais e aplicativos) para atingir o maior público em seus comunicados/avisos.
Uma outra situação comum nos condomínios é o condômino alegar que não conhecia determinada regra, por isso houve a transgressão. Pois bem, sabemos que legalmente essa alegação nem sempre tem sustentação, uma vez que na maioria das Convenções Condominiais está explicito que é dever do “vendedor” transmitir tais regras para quem está adquirindo o imóvel.
Entretanto, para evitar qualquer desconforto crie um “Kit Boas-Vindas” para os novos moradores. Este kit pode conter cópia da Convenção Condominial, Regulamento Interno, resumo das principais regras, relação da Diretoria do Condomínio, telefones uteis e Emergenciais, tutoriais, além, obviamente, de uma carta de boas-vindas ao novo vizinho. Certamente ele se sentirá acolhido nesta nova comunidade e retribuirá. Finalizando, sempre que possível coloque placas com as principais regras em cada ambiente das áreas comuns e verifique se a sinalização de trânsito, tanto de pedestres quanto de veículos, está adequada.
Como disse no início, é um assunto extenso, mas tenho certeza de que aplicando essas poucas regras você já perceberá uma enorme melhoria na qualidade de vida em seu Condomínio.