Crise, economia, promoções e cidadania!

Em época de falta de dinheiro, juros e inflação alta parece que, finalmente, começamos a incorporar a necessidade de ficar atentos a orientar nosso consumo em fontes de venda e/ou fornecimento que ofereçam melhores preços ou condições promocionais. Mas, o que esse novo direcionamento do consumo tem a ver com cidadania?

Muito! Porque, cidadania e consumo são processos culturais e sociais que nos permitem desenvolver em si o sentido e significado do que somos, do que podemos realizar com nosso poder de compra e de barganha, principalmente, diz respeito à nossa identidade e integração na sociedade em que estamos inseridos.

Ter a capacidade de satisfazer nossas necessidades sejam biológicas, culturais ou meramente caprichos por meio do uso de nossa própria renda (ganhos financeiros) gerada pelo trabalho, ou, pela capacidade de administrar adequadamente a herança recebida, o patrimônio adquirido ou um negócio ou empreendimento próprio mantém elevada nossa autoestima, desenvolve o senso de pertencer a um grupo social, nos torna cidadãos mais críticos, éticos e responsáveis.

De um lado, reconheçamos que aproveitamos as promoções para satisfazer-nos, ou seja, para sentir-nos cidadãos!

De outro lado, negligenciamos o exercício da verdadeira cidadania ao desprezar a reivindicação do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à educação, à saúde, entre outros,  uma vez que  abrimos mão de um conjunto de direitos e liberdades políticas e em contrapartida cumprimos com os deveres que nos são impostos, porém, não valorizamos nossa capacidade plural de agir coletivamente em defesa da democracia, expressão máxima do exercício da cidadania.